A barca
Um dos direitos que mais e melhor faço uso é o de ir e vir. Estou sempre indo ou vindo. E fica fácil supor o quanto os meios de transporte me causam curiosidade, e o quanto as viagens ocupam a minha mente. Nos centros urbanos a locomoção não é das mais agradáveis. Os transportes coletivos não são excelentes apenas para ir de um lugar a outro. Servem para paquerar, ler, se aborrecer bastante e até para pensar. Desde a mais tenra idade eu entro na barca ressabiada. Nunca confiei na proporção entre passageiros e coletes salva-vidas. Já cheguei a paranóia de contar as pessoas e os coletes que estavam ao alcance dos meus olhos. Claro, a quantidade de passageiros, mesmo que apenas na minha mente, era maior. Imediatamente eu já fazia cara feia para um sujeito ou outro, imaginando nele um provável esperto que se adiantaria e deixaria sem colete os indefesos: idosos, mulheres e crianças. Eu compunha cenas que arrancariam os Oscars de Titanic. Outro problema em relação as Barcas é a correria. Si...