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Mostrando postagens de 2010

Eros na Cidade

Tec tec tec e a noite ia sendo consumida. Tec tec tec e durante uma semana pela manhã eu via meus olhos fundos no espelho. Tec tec tec e decidi que ou eu marcava um encontro ao vivo, ou iria me aposentar com LER. Pois bem, essa foi a última noite de tec tec tec e decidimos nos encontrar. Quando e onde nos encontramos? Final de semana é bom pra encontro, mas para um primeiro encontro talvez não fosse adequado. Decidi que deveria ser um dia de semana. Depois do trabalho é bom, mas como eu nunca tenho um horário certo pra sair do trabalho, era melhor ser na hora do almoço, pois eu posso sair um pouco antes, chegar um pouco depois e de pouquinho pra cá e pouquinho pra lá ninguém dá conta. Sobre o lugar, na rua é exposto demais, sol, vento, barulho. Num restaurante o tumulto dos garçons me tiraria a atenção. Numa praça nem sempre se encontra um local desocupado pra sentar, e as vezes é tanto pombo e mendigos na disputa que nem anima. Só tinha uma resposta: shopping! Enfim, na segunda-feira

Retorno Cronicando

Demorei um pouco pra atualizar esse blogger. Não me faltavam histórias, crônicas ou comentários sobre o cotidiano, porém eu queria inflacionar, com um texto absurdamente bom. Mas refleti, e se eu arrumasse um texto absurdamente bom não seria uma produção minha, seria um conto de Oscar Wilde ou quem sabe do José Roberto Toureiro (tenho sempre que enfatizar que é um desperdício um sujeito tão debochado diluir seu talento escrevendo sobre futebol. O bacana do futebol é jogar. Assistir e comentar é se muito um consolo aos sem habilidade no nobre esporte bretão). Vou me valer menos do talento de escrever e mais do intuito de fazer do despretensioso cotidiano algo extraordinário. Escreverei sobre um episódio recente, que nos brinda com a possibilidade de refletir sobre os limites do próximo e distante, seja de espaço, seja da relação interpessoal. Enfim, numa quarta-feira estranha acordei zonza. Por sinal, acordei muito mais cedo do que gostaria, e um tanto mais tarde do que deveria. Entre o

Beleza x Bom Senso

“Satisfaction”, de autoria dos Rolling Stones, foi eleita entre as vinte melhores músicas do século. Ao som frenético de guitarras a música parodia a nossa incapacidade de obter satisfação e clama enfática e repetidamente a nossa tentativa de obtê-la. Essa percepção agonística da satisfação é um excelente ponto de partida para refletirmos sobre nossa aparência. Se perguntarmos a qualquer pessoa se ela gostaria de modificar alguma coisa em seu visual a resposta da maioria seria sim. Por motivos sociais, culturais, políticos ou psicológicos as pessoas se mostram insatisfeitas com suas aparências. Certamente os apelos midiáticos potencializaram sobreforma a busca incessante por uma beleza idealizada. Esse ideal é tão mais valioso quanto menos alcançável. A nossa satisfação poderia ser resumida por neurotransmissões estimuladas quimicamente por hormônios. Entretanto, em nosso cotidiano tal experiência forja um vulto. Precisamos ter satisfação profissional, familiar, afetiva, sexual, social

Garimpando reflexões em Minas

É surpreendente mudar de lugar. É como focar as coisas de modo diferente, tentando ver como os outros vêem. É algo tão absurdo quanto plausível, é uma tentativa inútil e fértil. Inútil porque nunca conseguimos de fato ver o que os outros vêem, entretanto, a tentativa de modificar o nosso olhar em si nos brinda com uma gama infinita de possibilidades positivas. Malas prontas e lá vamos nós pra um outro lugar. Não importa para onde vamos, mas com que intenções vamos. Se viajamos a trabalho nossos olhos se fecham para o local, para as pessoas e se aguçam somente para o trabalho. Agora, se a viagem é por nossa conta, pra lazer ou pra cumprir protocolos familiares, aí sim, nossos olhos se perdem. Um dos lugares no Brasil que mais me instigam é sem dúvida Minas Gerais. Não à toa é dos maiores estados da federação. É diverso, é extenso, é retrô e é moderno. Tá tudo ali! A primeira coisa que noto não passa necessariamente pelo olhar. É algo que experimentamos ao longo dos dias, o tempo. O ritm