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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Almodovar, "A pele que habito" e o artista habitado

“A pele que habito”, o mais recente filme do diretor espanhol Pedro Almodovar. Nunca um filme dirigido por Almodovar pode ser considerado meramente um filme. É sempre um filme seguido de impactos, dilemas, delicadezas, polêmicas, e o que mais afete. Eis a afetação uma referência que talvez possa ser o elemento que num filme denuncia a forma distinta de Almodovar. A afetação se alastra nas cenas, nos temas, nas tramas, na trilha e nas consagradas cores. É impossível não sentir. A inquietação vem pela abjeção ou pela identificação, no humor ou no drama, no que for, sempre em tons de excesso. “A pele que habito” é mais um roteiro de estratagema, cuja argúcia do escritor se revela em originalidade no amarrar de uma trama confusa, difusa. O argumento inicial confunde, fazendo crer que tudo ficará a cargo da ética médica e o uso de seres humanos em pesquisas científicas. Entrada razoável, instigante, mas o que se efetivou foi muito além. Toda ênfase seja dada ao muito e ao além. Desfilam