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Mostrando postagens de 2007

Lembranças Molhadas da Infância

A frequência dos leitores não está diretamente relacionada com a minha disposição para escrever. Por ora isso muito me favorece!Não me ofende escrever pra ninguém ler. Estaria mesmo perdida caso me desse a esse trabalho. Enfim, me inspiram os dias chuvosos. Ontem eu estava lembrando da infância. Falo isso como se fosse uma grande novidade, algo extraordinário eu lembrar da infância. Criatura saudosa sou eu. Pois bem, dias chuvosos parecem inibir as brincadeiras. Mera e equivocada impressão. São nesses dias que as brincadeiras precisam ser mais sofisticadas, arguciosas e que explorem os limites.Nem que seja apenas o do bom senso. A bem da verdade todas as brincadeiras de infância são atividades cruéis que testam limites. Choveu. O que fazer? Morando num condomínio, com prédios de 14 andares, a pergunta nem tem sentido, tão óbvias que são as possibilidades. A primeira é pegar o elevador, escolher um andar, um apartamento, tocar a campainha, voltar para o elevador e sumir. Bom mesmo é ter

Badaladas e Badalações

Coisa boa é dispor de tempo para prestigiar a alma com cultura. E isso foi bem o que me foi proporcionado ontem. Não imaginam como é bom poder flanar pelas ruas do centro da cidade, e encontrar nos lugares que menos se espera eventos que muito têm a ver com você. Direto ao ponto, ontem conheci um espaço cultural, da Caixa econômica, bem próximo a faculdade. E nele estava em cartaz uma mostra de cinema etnográfico. Nada mais propício a um antropólogo.Primeiro de tudo, o local em si dá uma etnografia. As criaturas que frequentam esses espaços privilegiados têm peculiaridades visuais. Qualquer detalhe nelas destoa em comparação aos supostos comuns que compõem a massa da população. A primeira coisa que cai por terra num local desses é uma revista de moda. Todos estão out, seja das roupas e acessórios em voga, seja das cores da estação. Há o movimento "retrô", "vanguarda", o movimento "moda sou eu" e, o mais ousados de todos, o movimento “caguei para a estética

Turbilhão temático: Quero ver quem encara

O blogger não acabou, não fechou, não morreu.Talvez a empolgação de escrever minhas insanidades tenha dado uma desacelerada vertiginosa. Talvez o empenho dos quatro assíduos leitores não esteja sendo levado muito em consideração enquanto estímulo. Posso pensar em uma gama de motivos, uns mais uns menos plausíveis, para justificar o abandono, a desatualização desse espaço. Só o que eu não posso é dizer que não atualizo por falta de assunto. São tantos e diversos assuntos para escrever que, tento que escolher entre uns e outros eu escolho nenhum. É uma escolha difícil, não subestimem. Pensei em escrever um conto ou crônica tendo como pano de fundo a doação de órgãos. Cheguei a escrever, mas ao meu ver ele ficou pendendo ora para o clichê, ora para a falta de tato em lidar com assunto tão sério e delicado. Meus eufemismos, deboches e grosserias não se alinham muito a algumas causas específicas. Um dia tentarei ajustar esse conto. Por falar em falta de tato, a violência é sempre um tem

A barca

Um dos direitos que mais e melhor faço uso é o de ir e vir. Estou sempre indo ou vindo. E fica fácil supor o quanto os meios de transporte me causam curiosidade, e o quanto as viagens ocupam a minha mente. Nos centros urbanos a locomoção não é das mais agradáveis. Os transportes coletivos não são excelentes apenas para ir de um lugar a outro. Servem para paquerar, ler, se aborrecer bastante e até para pensar. Desde a mais tenra idade eu entro na barca ressabiada. Nunca confiei na proporção entre passageiros e coletes salva-vidas. Já cheguei a paranóia de contar as pessoas e os coletes que estavam ao alcance dos meus olhos. Claro, a quantidade de passageiros, mesmo que apenas na minha mente, era maior. Imediatamente eu já fazia cara feia para um sujeito ou outro, imaginando nele um provável esperto que se adiantaria e deixaria sem colete os indefesos: idosos, mulheres e crianças. Eu compunha cenas que arrancariam os Oscars de Titanic. Outro problema em relação as Barcas é a correria. Si

Tolerância Zero

Não sei quando a você, mas pessoalmente meu humor é sensível. Alterna de minuto a outro, do razoável para o sofrível. Costumo dizer que não fico chateada. Pulo etapas, fico logo “PUTA”. Ou estou normal, ou estou puta. E é isso, SE QUISER. Mas não há nada afete mais a minha ínfima paciência, e humor, do que perguntas. Não quaisquer perguntas, mas as perguntas que se enquadram nos quesitos cretinas, desnecessárias e inconvenientes. Há pessoas que não têm discernimento para distinguir as coisas. Mas eu sou uma ávida devota da máxima de que: uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa, ainda mais quando as coisas são diferentes mesmo. Enfim, o sucesso da minha narrativa depende em absoluto do poder se realização imaginativa de quem lê. Então, segura na minha mão, me segue, e veja você mesmo como as perguntas são apresentadas de maneiras distintas, mas em comum têm o poder de irritar! Todos conhecem Marcelo D2 por consumir aberta e fartamente uma erva ilícita e por sua vasta

Há limites entre o público e o privado?

Todos os conceitos que parecem ter sentido social com alguma homogeneidade, numa concepção global, no Brasil é experimentado de maneira muito peculiar. E digo peculiar como um eufemismo bem razoável, pois a idéia é a de uma maneira única. Nesse esteio, há dois conceitos que me intrigam sobreforma: o público e o privado. A inquietação não parte da compreensão de um e outro, mas sim no hiato que estes apresentam entre o conceito e a prática. A saber, o privado é o local restrito, onde impera as normas específicas, em geral informadas por um patriarca. Nesse espaço, as pessoas são privadas de direitos. Em oposição, há o espaço público onde as pessoas passam a ser indivíduos, portadores de direitos, compondo e participando de uma coletividade maior. Compreendidos os conceitos debilmente simplistas, resta olhar ao nosso redor para notar as faltas gravíssimas, de tão corriqueiras quase não damos conta, e de tão grosseiras que mais se assemelham a chacotas. Praia de Icaraí, Niterói, Rio d

Um mais um igual a dois

Hoje não há nada de original ou interessante para elaborar. Apenas pequenas constatações. Não há como se esquivar da crise do setor aeroviário. Minha perspectiva será a da experiência, ou percepção pessoal, para que vocês possam dimensionar isso num contexto mais amplo e conseguir inserir os desastres recentes no contexto das reengenharias e flexibilizações no mercado de trabalho. Que me lance uma flecha quem consiga dissociar uma coisa da outra. Por acaso moro num condomínio construído para os aeroviários. Acompanho de perto a quantidade cada vez menor de pessoas empregadas na área que residem por aqui. Além da quantidade, a qualidade de vida dos trabalhadores da aviação, padrão econômico, decaiu drasticamente. Claro, muitos deles já estão aposentados. Mas um funcionário dessas empresas, na atualidade, não tem condições de comprar um imóvel aqui. Nos anos 80 meus vizinhos eram comissários de bordo e funcionários administrativos de empresas diversas, das que consigo citar sem titubear:

O Pan-cada

No Rio de Janeiro só se ouve e só se fala numa única coisa: o Pan Americano. Imagino que no Brasil inteiro esteja ouvindo e falando a mesma coisa. Aliás, em outros países da América não deve ser diferente. Mas certamente o carioca é o único que fala com propriedade. Propriedade fruto das experiências recentes de ser a cidade que cedia os jogos. Não desmerecendo atletas e delegações, não desanimando torcedores nacionais e internacionais, mas essa idéia do Rio de Janeiro sediar o Pan Americano não anda sendo feliz. O preço de sediar os jogos é o desconforto, são transtornos diários nos preparos e tenho por certo que o ápice ainda está por vir. Gerar uma infraestrutura para abrigar um evento dessa proporção não parece viável as características do Rio de Janeiro. A cidade é maravilhosa, as praias são lindas, as paisagens deslumbrantes, os cariocas são agradáveis, mas nem tudo são flores. O rio de Janeiro tem problemas como quaisquer outras capitais mundiais, mas um problema no Brasil é dif

Aos juizes juízo

Se as notícias dos jornais conseguem nos fazer refletir, o que nos sobressai, entre escândalos políticos e índices alarmantes de violência e criminalidade, é a antiga e famigerada ineficiência da justiça. Tudo bem, as instituições do país não são exemplares, não ampliam e nem contribuem em grande medida para o que convém chamar democracia. A ineficiência não brotou em nossa sociedade, não dormimos na ordem e acordamos na desordem. É fruto de uma longa e tenebrosa história, que tem suas bases na colônia que Portugal instaurou no Brasil, na sua divisão do território em cesmarias e da produção mercantil para abastecimento de mercados externos. Esses são alguns dos possíveis fatores que podem ser elencados para a compreender a dificuldade do Brasil em se constituir como um estado-nação, de se inserir na modernidade estandartizada pela democracia e ideais universalistas. O malogro da constituição de uma esfera pública num território gestado consoante interesses estrangeiros e gerido por int

Fazendo as malas

Adoro viajar. Até aí, nada demais. Adoro viajar com os amigos. Ainda não há nada de distinto. O caso é que gosto da viagem em si, da companhia dos amigos para ter com quem partilhar os momentos e os apetrechos. Sim, os apetrechos. Todos levam tralhas. Eu também, só que entre minhas tralhas está quase que exclusivamente minhas roupas. Nem sempre minha bagagem é a menor, contudo, é sempre a mais leve. Nunca levo produtos de higiene! Nada de sabonete, shampoo, condicionador, defrizzante, desodorante, pasta de dente, pente, creme hidratante, protetor solar, repelente, soro, aspirina ou qualquer outra coisa do tipo. Engana-se quem pensa que fico suada, fedida, sem lavar os cabelos, sem tomar banho, sem escovar os dentes, sem a pele protegida e hidratada. Ao contrário, uso todos os produtos possíveis e imagináveis, alguns dos quais nem disponho de similar em minha casa. É um hábito que adquiri há algum tempo e que venho me especializando. Funciona em duas possibilidades. A primeira é a de um

Você que vê coisas invisíveis / você que crê no todo poderoso

Essas frases são de uma música do grupo cidade negra. Tempo saudoso, em que o som tinha uma personalidade bem mais reggae e crítica social do que o pop mais meloso “pega leve”. E outra diferença crucial era o vocalista. Sim, pois esse é o personagem que em geral leva adiante o espírito da banda. Era um sujeito chamado Rás Bernardo. Por este nome não é difícil compor o layout dessa criatura. Dreads total e sempre trajando uma roupa que contivesse algum detalhe apologético como as cores jamaicanas ou ao líder do reggae mundial, Bob Marley. Nada contra Tony Garrido, afinal ele popularizou a banda. Mas penso que não ofende a ninguém explicitar que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Ainda mais quando as coisas são diferentes mesmo. Não sei ao certo quantos Cds a banda Cidade Negra tem. Nem me darei ao trabalho de me interar de tal coisa. Deles fiquei com dois Cds. Um com o Rás Bernardo, “Lute para viver”, o segundo da banda. E o outro, no esboço de mudança tanto no vocal qu

Preconceito Revisado

O preconceito está banalizado. A palavra preconceito já não é aplicada com o mesmo significado de quando fora forjada. O ordenamento de idéias que irei desenvolver envonlve lógica, filosofia, lingüística, senso comum e demais áreas do conhecimento, portanto, é chato e quem não tiver bagagem cultural ou paciência para acompanhar, por favor, pode parar a leitura por aqui. Para os que se julgam preparados, garanto no mínimo entretenimento. A palavra preconceito, se dividida tem o seguinte significado. Pré, é um prefixo de anterioridade, e conceito é um julgamento, entendimento, idéia ou opinião. Portanto, um conceito apriorístico, ou seja, um conceito anterior a sua existência. Em tese resumida, é um julgamento pronto, antes de julgar. E o preconceito foi se inserindo e se intensificando no vocabulário das pessoas. Toda postura, opinião, que não é consensual ou dita “correta” está condenada a ser classificada como preconceito. Se eu não gosto de um japonês, por exemplo, e deixo isso explí

Inauguração

Estou eu aqui de pernar abertas, digo, portas abertas. Já sou adepta a bloggers há anos. Contudo, há inovações virtuais que fazem com que a frequência dos bloggers oscile bastante. Nada foi tão fulminante quanto o advento orkut. Minhas visitas semanais passaram de cinco para menos vinte. Digo menos vinte porque meus cento e tantos amigos do orkut ficam na promessa de visitar meu blogger. Resolvi quantificar essa dívida. Então, primeiro post, está inaugurado um novo blogger linkado pelo orkut. Vejamos que efeito isso tem no número de visitantes. E mais, na inspiração de quem escreve. O layout é paupérrimo, categoria sofrível. Caso alguém se penalize e queira por caridade desenvolver algo com design mais apropriado, sou só agradecimento.