O fetiche da dona de casa
Farei hoje algo que não faço há tempos, uma crônica. Luzia se levantou com os primeiros raios de sol. Há quem se dê ao luxo de ir da cama para o banheiro, só que Luzia tinha outro percurso. Sua rotina era a da cama para a cozinha, colocar no fogo uma chaleira com água pra passar um café. Enquanto a água esquentava ela ia ao banheiro, se ajeitar. Olhou-se no espelho, lavou o rosto, escovou os dentes e voltou pra cozinha. José Carlos despertou com o cheiro do café fresco que tomava a casa. Esse sim, fazia o percurso da cama para o banheiro. Fez a barba, tomou banho, se arrumou e sem demora foi pra cozinha, tomar seu café fresquinho. Enquanto José Carlos retalhava o queijo Luzia mirava aquele sujeito. Cinco anos. Como pôde o tempo lhe passar tamanha rasteira? No primeiro ano tudo eram flores, dava gosto de ver o homem sempre bem disposto, lindo, apaixonado, animado, falante, comparecendo até quando ela menos esperava. As vezes de manhãzinha, antes de ir ao trabalho. Saudosa disposição! Se