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Mostrando postagens de julho, 2007

Há limites entre o público e o privado?

Todos os conceitos que parecem ter sentido social com alguma homogeneidade, numa concepção global, no Brasil é experimentado de maneira muito peculiar. E digo peculiar como um eufemismo bem razoável, pois a idéia é a de uma maneira única. Nesse esteio, há dois conceitos que me intrigam sobreforma: o público e o privado. A inquietação não parte da compreensão de um e outro, mas sim no hiato que estes apresentam entre o conceito e a prática. A saber, o privado é o local restrito, onde impera as normas específicas, em geral informadas por um patriarca. Nesse espaço, as pessoas são privadas de direitos. Em oposição, há o espaço público onde as pessoas passam a ser indivíduos, portadores de direitos, compondo e participando de uma coletividade maior. Compreendidos os conceitos debilmente simplistas, resta olhar ao nosso redor para notar as faltas gravíssimas, de tão corriqueiras quase não damos conta, e de tão grosseiras que mais se assemelham a chacotas. Praia de Icaraí, Niterói, Rio d

Um mais um igual a dois

Hoje não há nada de original ou interessante para elaborar. Apenas pequenas constatações. Não há como se esquivar da crise do setor aeroviário. Minha perspectiva será a da experiência, ou percepção pessoal, para que vocês possam dimensionar isso num contexto mais amplo e conseguir inserir os desastres recentes no contexto das reengenharias e flexibilizações no mercado de trabalho. Que me lance uma flecha quem consiga dissociar uma coisa da outra. Por acaso moro num condomínio construído para os aeroviários. Acompanho de perto a quantidade cada vez menor de pessoas empregadas na área que residem por aqui. Além da quantidade, a qualidade de vida dos trabalhadores da aviação, padrão econômico, decaiu drasticamente. Claro, muitos deles já estão aposentados. Mas um funcionário dessas empresas, na atualidade, não tem condições de comprar um imóvel aqui. Nos anos 80 meus vizinhos eram comissários de bordo e funcionários administrativos de empresas diversas, das que consigo citar sem titubear:

O Pan-cada

No Rio de Janeiro só se ouve e só se fala numa única coisa: o Pan Americano. Imagino que no Brasil inteiro esteja ouvindo e falando a mesma coisa. Aliás, em outros países da América não deve ser diferente. Mas certamente o carioca é o único que fala com propriedade. Propriedade fruto das experiências recentes de ser a cidade que cedia os jogos. Não desmerecendo atletas e delegações, não desanimando torcedores nacionais e internacionais, mas essa idéia do Rio de Janeiro sediar o Pan Americano não anda sendo feliz. O preço de sediar os jogos é o desconforto, são transtornos diários nos preparos e tenho por certo que o ápice ainda está por vir. Gerar uma infraestrutura para abrigar um evento dessa proporção não parece viável as características do Rio de Janeiro. A cidade é maravilhosa, as praias são lindas, as paisagens deslumbrantes, os cariocas são agradáveis, mas nem tudo são flores. O rio de Janeiro tem problemas como quaisquer outras capitais mundiais, mas um problema no Brasil é dif