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Mostrando postagens de 2015

Nova Praça Mauá - 11 de Setembro de 2015

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A inauguração da nova Praça Mauá seria apenas mais uma inauguração de uma praça, não estivesse a Praça Mauá inserida em um perímetro estratégico. Trata-se da entrega de um dos pontos atrativos da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, reforçando a posição do Rio de Janeiro entre as grandes cidades da economia mundial. Descrevendo o cenário, a praça Mauá é uma área de convergência entre o Pier Mauá, o prédio RB1, o edifício da antiga Rádio Nacional, a dúbia edificação do Museu de Arte Rio, com seu sugestivo nome MAR, e a ainda inacabada estrutura nababesca do contraditório Museu do Amanhã. Avançando anos sob a indiferença do poder público, um terminal rodoviário, transeuntes e sujeira compunham a paisagem da Praça Mauá. Abaixo o terminal, modificação de canteiros, avanço de explanada e aparelhamento com bancos, iluminação, trilhos do VLT, sinalizações e até policiamento, eis a nova Praça Mauá. E para tornar o evento um acontecimen

Dispositivos fotográficos X Cérebro humano

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Muito sinceramente acho ótimo o prazer, o entusiasmo e a alegria que as pessoas têm em tirar fotos. E vez por outra me perguntam qual o melhor celular, a melhor máquina, a melhor lente e enfim, o equipamento, o dispositivo ideal para tirar fotos incríveis. Minha resposta a essa questão constante é "rude", no meu típico sincericídio. Esclareço que a tecnologia avança à vontade, mas nada substitui um cérebro. Em outros termos, o dispositivo pode ser ótimo, mas fundamental mesmo é nos capacitarmos para tirar o melhor proveito que ele possa oferecer. A lei do menor esforço exige o equipamento mais avançado e financeiramente inacessível para aquela atuação medíocre e resultado impactante. Não sabendo exatamente o que quer transmitir, mira sabe-se lá o quê, dá um clique e verifica se ficou legal. Se está bom, tá bom. Se não está bom, apaga. Se a sorte for grande, publica e já garantiu umas curtidas. Mas pra se garantir que qualquer foto é boa, a qualidade da lente e equipa

Vida é Crônica

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Numa manhã de sol eu caminhava pelas alas de um shopping que simula uma cidade, com arruamento ao redor para transitar carros, uma praça central com chafariz, árvores, bancos, postes, lojas, restaurantes e prédios. Os velhotes iam para onde tivesse assento e um pouco de sol. As crianças, umas com patinetes circundavam o chafariz e ensaiavam uma passagem emocionante por uma ponte sobre um pequeno lago artificial, outras alimentavam com pipoca os peixes horrívei s e desproporcionais que praticamente poluíam o lago raso.  Os mais jovens exibiam seus trajes vanguarda, namoravam e buscavam um local perfeito pra valorizar uma selfie. Os cachorros circulavam na guia, abanavam seus rabos e socializavam muito mais que seus donos. Conforme eu caminhava ia aceitando aquela aberração em forma de cidade, só abalando a minha tranquilidade os numerosos seguranças fazendo a linha figuração de filme do Charles Bronson. Enfim, foi distrair dos seguranças para ver a ternura e poesia do enco

Chile por Pitty

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Antes de viajar todo mundo quer saber um pouco sobre o local que pretende ir. E na internet não faltam relatos presunçosos que se fixam a tendência de listas. No Chile, os dez lugares que você não pode deixar de visitar, os cinco restaurantes que você tem que conhecer, os três pratos que você precisa experimentar e assim por diante. Fugindo um pouco dessas indicações, tentei reunir algumas informações úteis aos que irão viajar para o Chile, sem abrir mão das informações inúteis e das divertidas. Para início de conversa, o Chile é um país da América Latina, portanto com as típicas marcas dos seus colonizadores. É uma economia aberta, que se caracteriza para os turistas brasileiros pela grande oferta de produtos importados e serviços básicos explorados pelo setor privado. Em miúdos, bens baratos e serviços caros. Para grande parte dos brasileiros as condições climáticas do Chile podem ser bastante desconfortáveis, especialmente em Santiago com temperaturas baixas e baixa umidade

Tudo em ordem, por ordem de quem?

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O urbano não foi uma semente que uma vez lançada no solo brotou. O que hoje entendemos, vemos e experimentamos como cidade é resultado de anos e anos de construção, ideias e relações. E como bem advertiu Weber, o que fez as pessoas se concentrarem no espaço não pode ser colocado exatamente no plano do acaso, afinal, as pressões, interdições e expulsões nos campos, onde as pessoas proviam sua subsistência, têm papel decisivo no processo de urbanização. Entre outros fatores como dotações materiais, produção, mão de obra e mercado, o urbano se realiza por firmes regras de comportamento, também muito conhecidas por civilidade. Dispensando os pomposos termos acadêmicos, miramos a realidade para pensar o quanto a moldura dos comportamentos é constitutiva do espaço urbano. No Rio de Janeiro, por exemplo, a prefeitura atua com uma secretaria de ordem pública (SEOP), um orgão regulador e fiscalizador da ordem econômica, das posturas municipais e da regulamentação do uso do espaço púb

Arejando a Comunicação

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Crédito Imagem:  Comercial  da The American Telephone & Telegraph Company, de 1933. Mais tarde a empresa seria chamada simplesmente pela sigla –  AT&T Na primeira semana de abril a presidente Dilma Rousseff se encontrou com o presidente do Facebook Mark Zuckerberg. No encontro conversaram sobre ampliação da oferta de internet em localidades carentes. O projeto ainda está sendo elaborado, mas as críticas já estão prontas. No contexto politico de governabilidade impraticável, escândalos de corrupção e retrocessos promovidos pela câmera, tudo e qualquer coisa é motivo para exaltação. E não por acaso, na mesma semana a mídia se debruçou em tom pessimista sobre os rumos do mercado, e em seguida anunciou demissões. As grandes empresas de comunicação excluíram de suas folhas de pagamentos centenas de profissionais, não poupando sequer celebridades, que atraem leitores mais pelo nome que pelo bom texto ou ideias. Apesar do impacto imediato e das possíveis reverberações at