Arejando a Comunicação
Crédito Imagem: Comercial da The American Telephone & Telegraph Company, de 1933. Mais tarde a empresa seria chamada simplesmente pela sigla – AT&T
Na primeira semana de abril a presidente Dilma Rousseff se encontrou com o presidente do Facebook Mark Zuckerberg. No encontro conversaram sobre ampliação da oferta de internet em localidades carentes. O projeto ainda está sendo elaborado, mas as críticas já estão prontas.
No
contexto politico de governabilidade impraticável, escândalos de corrupção e
retrocessos promovidos pela câmera, tudo e qualquer coisa é motivo para
exaltação. E não por acaso, na mesma semana a mídia se debruçou em tom
pessimista sobre os rumos do mercado, e em seguida anunciou demissões. As
grandes empresas de comunicação excluíram de suas folhas de pagamentos centenas
de profissionais, não poupando sequer celebridades, que atraem leitores mais
pelo nome que pelo bom texto ou ideias.
Apesar
do impacto imediato e das possíveis reverberações até mesma na formação dos
profissionais da área, o projeto da presidente é uma inteligente ação política.
Como projeto de Estado, trata-se do empoderamento da população e
enfraquecimento dos veículos que viciadamente monopolizam a comunicação, se
valem do poder de formar a opinião pública e de modo nada virtuoso dita os
rumos do país.
A
mudança na comunicação está em curso e aos novos hábitos a sociedade já deu
provas de que logo se adapta. Deixamos de lado a era do receptor, algumas vezes
ingênuo e constantemente a mercê das opiniões de grandes corporações, e
adentramos na era em que não há uma verdade, não há vítimas, não há culpados. O
que há é uma sociedade em rede em uma produção constante de conteúdos. De
apocalípticos e integrados a Pierre Levy, a comunicação, a narrativa, os
discursos, o dizer sobre as coisas sintomatizam as dinâmicas do poder.
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