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Mostrando postagens de junho, 2007

Aos juizes juízo

Se as notícias dos jornais conseguem nos fazer refletir, o que nos sobressai, entre escândalos políticos e índices alarmantes de violência e criminalidade, é a antiga e famigerada ineficiência da justiça. Tudo bem, as instituições do país não são exemplares, não ampliam e nem contribuem em grande medida para o que convém chamar democracia. A ineficiência não brotou em nossa sociedade, não dormimos na ordem e acordamos na desordem. É fruto de uma longa e tenebrosa história, que tem suas bases na colônia que Portugal instaurou no Brasil, na sua divisão do território em cesmarias e da produção mercantil para abastecimento de mercados externos. Esses são alguns dos possíveis fatores que podem ser elencados para a compreender a dificuldade do Brasil em se constituir como um estado-nação, de se inserir na modernidade estandartizada pela democracia e ideais universalistas. O malogro da constituição de uma esfera pública num território gestado consoante interesses estrangeiros e gerido por int

Fazendo as malas

Adoro viajar. Até aí, nada demais. Adoro viajar com os amigos. Ainda não há nada de distinto. O caso é que gosto da viagem em si, da companhia dos amigos para ter com quem partilhar os momentos e os apetrechos. Sim, os apetrechos. Todos levam tralhas. Eu também, só que entre minhas tralhas está quase que exclusivamente minhas roupas. Nem sempre minha bagagem é a menor, contudo, é sempre a mais leve. Nunca levo produtos de higiene! Nada de sabonete, shampoo, condicionador, defrizzante, desodorante, pasta de dente, pente, creme hidratante, protetor solar, repelente, soro, aspirina ou qualquer outra coisa do tipo. Engana-se quem pensa que fico suada, fedida, sem lavar os cabelos, sem tomar banho, sem escovar os dentes, sem a pele protegida e hidratada. Ao contrário, uso todos os produtos possíveis e imagináveis, alguns dos quais nem disponho de similar em minha casa. É um hábito que adquiri há algum tempo e que venho me especializando. Funciona em duas possibilidades. A primeira é a de um

Você que vê coisas invisíveis / você que crê no todo poderoso

Essas frases são de uma música do grupo cidade negra. Tempo saudoso, em que o som tinha uma personalidade bem mais reggae e crítica social do que o pop mais meloso “pega leve”. E outra diferença crucial era o vocalista. Sim, pois esse é o personagem que em geral leva adiante o espírito da banda. Era um sujeito chamado Rás Bernardo. Por este nome não é difícil compor o layout dessa criatura. Dreads total e sempre trajando uma roupa que contivesse algum detalhe apologético como as cores jamaicanas ou ao líder do reggae mundial, Bob Marley. Nada contra Tony Garrido, afinal ele popularizou a banda. Mas penso que não ofende a ninguém explicitar que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Ainda mais quando as coisas são diferentes mesmo. Não sei ao certo quantos Cds a banda Cidade Negra tem. Nem me darei ao trabalho de me interar de tal coisa. Deles fiquei com dois Cds. Um com o Rás Bernardo, “Lute para viver”, o segundo da banda. E o outro, no esboço de mudança tanto no vocal qu

Preconceito Revisado

O preconceito está banalizado. A palavra preconceito já não é aplicada com o mesmo significado de quando fora forjada. O ordenamento de idéias que irei desenvolver envonlve lógica, filosofia, lingüística, senso comum e demais áreas do conhecimento, portanto, é chato e quem não tiver bagagem cultural ou paciência para acompanhar, por favor, pode parar a leitura por aqui. Para os que se julgam preparados, garanto no mínimo entretenimento. A palavra preconceito, se dividida tem o seguinte significado. Pré, é um prefixo de anterioridade, e conceito é um julgamento, entendimento, idéia ou opinião. Portanto, um conceito apriorístico, ou seja, um conceito anterior a sua existência. Em tese resumida, é um julgamento pronto, antes de julgar. E o preconceito foi se inserindo e se intensificando no vocabulário das pessoas. Toda postura, opinião, que não é consensual ou dita “correta” está condenada a ser classificada como preconceito. Se eu não gosto de um japonês, por exemplo, e deixo isso explí