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Mostrando postagens de junho, 2008

A saia justa é o uniforme da modernidade

O cenário da modernidade é o da instabilidade. Tudo é volúvel, guiado por uma dinâmica cujo fluxo não temos controle. Dito isto imaginemos duas situações. A primeira uma reunião de família e a outra uma de amigos. Mesa posta, várias comidas, um burburinho vindo da cozinha, pratos e talheres já a postos, a televisão na sala sendo zapeada sem que ninguém fale nada, até que a comida é posta na mesa. Começa aquele vamos nos sentar, vamos comer, vem pra cá, vem fulano, chega pra lá e todos se servem e se acomodam. Entre o ruídos dos talheres, surge um minuto de silêncio. Logo olham para o ser que tem entre 20 e 35 anos e perguntam: e aí, o que você ta fazendo? O sujeito para de comer na hora, pensa em como compor um discurso que não vá causar choro ou pânico na família. Dá uma pausa e fala que está com um contrato temporário de seis meses numa empresa. Não entendendo bem o avô pergunta se tem carteira assinada. A pessoa inquirida quase morre, pois essa tal carteira de trabalho mencio

O erê

Não adianta negar, todo mundo já foi criança. E não foi um dia, foram vários. Ninguém nasce adulto, nem Sidarta, nem Jesus Cristo, nem Matusalém, nem Hittler, nem Napoleão, nem ninguém. Por mais desconfortável que seja acreditar, até o Cid Moreira, a Dercy Gonçalves e a Zilca Salaberri foram crianças. A criança precisa cuidados, carinho, atenção e de amparo dos pais e do Estado. Há um estatuto apropriado em prol do seu pleno desenvolvimento social. A nossa sociedade introspectou de forma decisiva a concepção de que a criança é um ser que precisa se desenvolver até estar apto para ser socialmente atuante, reprodutivo e, mais que tudo isso, produtivo. Mas não foi sempre assim! Ainda no início do séc. XX as crianças eram numerosas na mão-de-obra que tocava tecelagens e industrias diversas, além de exercerem outros pequenos trabalhos domésticos, no comércio e até na agricultura. E hoje, a realidade é diferente? Os otimistas diriam que sim, os pessimistas diriam que não. O component

MEME

Não sou muito acostumada com tal coisa, mas Patrícia Andréia me enviou um meme (eu fui correndo ao blogger pra saber que porra era essa) pra listar as maldades que eu ainda pretendo concretizar. Primeiramente, nem tenho parâmetro pra distinguir o que é ou não maldade, mas vamos tentar. 1) Imprimir 100 folders com os dizeres “morena linda, sensual, boca de veludo, frente e verso, pronta pra te levar à loucura. Atendo individualmente e em grupos”, e no contato imprimir o número de celular um certo ex, e espalhar esse folder por telefones e banheiros públicos pela cidade. 2) Escrever um dossiê dos podres mais podres de uma série de filhos da puta que conheço e publicar em lugar de destaque num periódico de publicação diária, de grande tiragem. 3) Colocaria um microfone em cada vereador e colocaria linkado direto numa freqüência de rádio. Seria como um big Brother, só que sem o conhecimento e menos ainda o consentimento do sujeito. 4) Essa é velha: promoveria um mega evento no mar

Quebrando o gelo

Quando os termômetros registram menos de 18º eu já dou o dia como duro. Acordar não é acordar, é sofrer mais do que em condições normais. E o que dizer do banho? É pensar nele e não levantamos mesmo. O jeito é tirar a coberta aos poucos, entoando as palavras de força: eu vou vencer. Sim, vencerei, mas só daqui uns minutinhos. Se aconchega novamente no travesseiro, pensa que piscou o olho, mas dormiu mais meia hora. É preciso tomar uma decisão urgentemente: fechar os olhos só mais um pouquinho. Se encolhe daqui, se ajeita de lá, até que não tem jeito. Da cama para o banheiro! Que dificuldade se acostumar com a dura temperatura fora dos cobertores. Vai à pia escovar os dentes, lembra que a água é fria e acha melhor escovar os dentes durante o banho. Enfim, banho tomado. E a roupa? Casaco tem dois tipos: os bonitos e os quentes. É porque os que aquecem são preenchidos, estragam as formas, e faz todo mundo parecer um tonel, um tambor, ou algo que o valha. Inverno é sempre assim. As

Podia acordar feliz (parodiando Cazuza)

Hoje acordei com o humor ruim, meio mastigada. Calma, podem prosseguir na leitura pois não irei descrever passo-a-passo o meu cotidiano. Já passei da idade! Mas enfim, o humor tá na sola do pé. Tenho duas causas possíveis para o humor desagradável.O tombo que levei ontem a noite, ou os pesadelos que embalaram meu sono. Talvez até a combinação dos dois seja a causa mais provável. Noite calma, todos em casa exceto minha mãe. Quando minha mãe mexe na maçaneta da porta eu avanço pela sala num salto para assustá-la. Meu pé agarra no pé do sofá, meu corpo girou numa semi pirueta, fui lançada contra a parede, não consegui apoio e fui direto ao chão. Imagina isso no apertamento em que eu moro. É um apertamento de primeira. De primeira porque se jogar a segunda vaza pela janela! Não é fácil arrumar 1,60m para poder lançar meu corpo ao chão. Eu arrumei! E se minha intenção era a de assustar minha mãe eu consegui. Aliás, não só ela. Assustei minhas irmãs, meu pai e até meu cunhado. O tombo fo

Em homenagem ao dia dos namorados, falemos de modernidade!

Estive ouvindo, falando, vendo e lendo sobre o amor, relacionamentos e casamentos. Se notar bem, a temática já vem na seqüência. Vivemos um momento não exatamente de crise do amor, mas de inadequação. Penso em algo como um descompasso entre o ideal romântico, o ideal moral e o ideal moderno. Em comum aos três o fato de não se ajustarem perfeitamente à realidade. O romantismo é moderno. sheakspeare é um divisor de águas da emergência do eu, do indivíduo, frente as tradições, o poder da comunidade, sua imperiosidade frente ao sujeito. Antes de Romeu e Julieta o casamento nada tinha a ver com um ideal romântico. Era um acordo familiar que pregava a união de dois indivíduos, sem contar muito com a escolha, com a decisão dos que se uniam. Em Romeu e Julieta nasce o amor romântico. O ser não mais aceita as imposições de sua comunidade, do seu grupo, de sua família. Ele passa a decidir, ele escolhe, ele se apaixona, ele ama. E ama profundamente e padece desejoso dessa união que fere e de

Um anjo safado/o chato do Querubim

Amy Winehouse é a mais nova habitante, ou o entretenimento mais atual, da imprensa mundial. Na internet, nos tablóides, nas revistas, nos jornais, no rádio e na televisão, só dá Amy. Antes dos escândalos eu ouvia a música rehabit, adorava a melodia, ficava tocada com a letra e seduzida pela voz. Acreditava tratar-se de uma musa negra. Mas era ela, Amy Winehouse. Eu não ligava a voz à criatura. E que criatura! Ligando uma coisa a outra, passei a ver fotos da cantora. Primeiro achei que ela tinha algum parentesco com primo Itt, dos Adams, ou Marge Simpson. Que cabelo! Era como um ninho, um mafuá, um aglomerado, um tufo em forma de cone, era uma voz e um cabelo. Não tardou para eu perceber que o sorriso não era o da Mona Lisa, mas nele havia um mistério. Faltava um back lateral, um centro-avante, não sei bem. O que sei bem é que o time tinha um desfalque. Agora era uma voz, um cabelo e um sorriso. E assim fui construindo Amy. Em pouco tempo o corpo dela começou a aparecer

Saltando fora

Eu não preciso me desgastar tentando explicar algo que vocês presenciam em suas vidas cotidianamente: a televisão influencia o comportamento das pessoas. Essa afirmativa, creio, tem mais de consenso do que de discórdia. Não sou uma audiência muito vigorosa, mas por conta de uma torção no pé estive exposta àquela luz que ilumina nossas faces e obscurece nossas mentes. Vi um comercial da Tim Web. Várias pessoas jovens jogam o modem de um para o outro, fazendo acrobacias. Eu entendi bem, ou só jovens estilosos acessam a internet sem fio? E pior, pra acessar têm que fazer acrobacias? Aquilo me deixou complicada! Mas não parou por aí. Lázaro Ramos numa festa da Ingrid Guimarães se enche de beliscos e começa a passar mal. Toma sal de frutas Eno, vai dançar e, pasmem, dá uma pirueta. Logo, concluí, pirueta faz bem pra digestão. É isso mesmo? Agora, o que dizer de Dan Stulbach no comercial do Itaú. Ele dança break, ou street, não compreendo a dança, não compreendo o que ele fala, não acompanho