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Mostrando postagens de dezembro, 2012

"A Negociação" bem negociado

Se você ainda não viu o filme, e fica chateado quando te contam a história, pode parar sua leitura por aqui. O gala Richard Gere está de volta. Mas não esperem nesse retorno o mesmo nível das produções que o consagraram. E Susan Sarandom também reapareceu! Eis dois atrativos que adoçam a boca dos amantes do cinema, tornando “A negociação” uma produção a ser conferida. De Nicholas Jarecki, o roteiro é bom. Um mega empresário, no suposto auge de sua carreira, decide mudar de vida e vender sua empresa. A decisão desperta suspeitas de sua filha, e antes de conseguir fechar esse grande negócio o empresário de envolve em um sério acidente automobilestico com sua amante. E as consequencias do acidente comprometem todos os seus planos.  Essa é a base para o roteirista explorar questões éticas. Aborda desde o mundo dos negócios, passando pelas tramas policiais e jurídicas, sendo incisivo nas tensões sociais como o racismo e as relações de afeto e confiança na célula fa

Sobre jornalismo e violência

Cena 1 Um escudo da corporação, uma mesa adornada com munição, armas de fogo e drogas embaladas, tudo o quanto foi apreendido em uma ação policial. . Cena 2 No contra-luz uma pessoa com a voz alterada dá um testemunho sobre determinada ocorrência. Cena 3 A documentação usada na burocracia corporativa é exibida dando destaque para o nome dos envolvidos e as acusações. Cena 4 A população indignada se aglomera aos gritos numa determinada localidade, apelando para que haja justiça em tal caso. Nessas três cenas corriqueiras se enquadram grande parte das reportagens sobre violência e criminalidade. E mirando nelas convém refletir sobre a forma e função do jornalismo no Brasil. Que a mídia tem o poder de formar opiniões que se alastram na sociedade temos um consenso. A problemática surge a partir do momento em que a mídia não se compatibiliza com tamanha responsabilidade. Grosso modo, opina mais do que investiga, e incita mais o acaloramento das emoções do que

Medianeras

Lançado em 2011, com direção e roteiro assinados por Gustavo Taretto, Medianeras é um filme inquietante. O argumento central é o quanto a arquitetura e o planejamento urbano influenciam nossas vidas. E para encaminhar esta reflexão, o autor se vale de uma trama romântica entre Martín e Mariana, interpretados por Javier Drolas e Pilar Lopez de Ayala. De início, apresenta Buenos Aires, explicando ser uma cidade super populosa em um país quase deserto. E esta é a contradição inaugural para expressar a vida moderna na Argentina. Todavia, não é a única contradição. A narrativa do personagem, um observador quase filosófico, assinala que prédios grandes são construídos ao lado de prédios pequenos, que um prédio com estilo francês está ao lado de um prédio sem estilo algum, e que a falta de critérios na construção dos prédios é a mesma que aproxima pessoas muito distintas. No entanto, esta mesma forma de aproximação fragmenta socialmente as pessoas, identificando-as por s