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Mostrando postagens de janeiro, 2014

O lobo de Wall Street

Imagine ganhar dinheiro. Agora esqueça! A receita do lobo de Wall Street é mais que isso em termos de ousadia. A meta é fazer fortuna. E esse objetivo é perseguido custe o que custar. Mais uma vez o cinema arrasta multidões para delirar com os meandros da riqueza. E claro, o fetiche, a magia está não na riqueza em si, mas nos caminhos, nos passos para alcançá-la. Afinal, só assim se coloca a riqueza ao alcance de todo e qualquer um. Adaptado de um livro, em "Quem quer ser um milionário" Danny Boyle narra a sorte dramática de Jamal, um pobre rapaz que serve chá, em um programa de perguntas para se tornar um milionário. Na trama o mérito estava em boa dose na ingenuidade do personagem versus esperteza e até judiação dos envolvidos no valioso jogo. Baseado em uma história real, em "O lobo de Wall Street" Martin Scorsese inverte a fórmula inocente versus malicioso. O caminho para a fortuna depende da astúcia do personagem principal em abusar desmedidamente

Nymph()maniac I

Lars Von Trier assume um título literal e cria imagens que estruturam um relato poético de um comportamento, ou de um vício, complexificado   por tabus sociais e religiosos. Iniciando, se vale do encontro fortuito de dois personagens: uma mulher que narra sua vida e um homem que a ouve e interage. A partir desse encontro o filme se divide em dois tempos narrativos. O primeiro deles fornece os elementos para acionar o segundo, oras objetos, animais, oras referências literárias ou musicais. A densidade das emoções que caracterizam os trabalhos de Lars Von Trier, neste filme especificamente é suavizada por um tom de humor. Um tom de humor tão próprio que quase pode ser tomado como de certo mau gosto extremo. As atrizes que dão vida a uma mesma personagem, em fases diferentes, são firmes na interpretação, indo da banalidade dos atos sexuais para as dores sentimentais incontroláveis com segurança, convincentes e estáveis. E é preciso mencionar o brilho incontestável de Uma Thu

O Suspeito

Enquanto você se entretem, algumas ideias são lançadas em sua mente. E são tão bem disfarçadas com cores, paisagens, diálogos, emoções, enquadramentos e cortes rápidos que sem tem tempo para decompor e decodificar, você acaba por introjetar tudo pouco reagindo. Naturaliza elementos de uma cultura cívica que cotidianamente sequer te diz respeito. Que aliás, no limite, te arremessa em um mar de frustração na medida da dissonância cognitiva entre o que você vê nos filmes e o que você experimenta na vida. A imagem em movimento produzida nos filmes é uma ilusão brilhante, indiscutivelmente atraente. E o nosso prazer visual em grande medida se sobrepõe às reflexões. Eis que este vício transforma o cinema em um instrumento de inoculação de ideais variados. E os EUA conhecem como ninguém o potencial do cinema e sabem magistralmente se valer desse instrumento para defender e propagar suas ideias. Se na era Reagan proliferaram suspenses, cujo temor do desconhecido estava associado ao med