Tudo em ordem, por ordem de quem?
O urbano não foi uma semente que uma vez lançada no solo brotou. O que hoje entendemos, vemos e experimentamos como cidade é resultado de anos e anos de construção, ideias e relações. E como bem advertiu Weber, o que fez as pessoas se concentrarem no espaço não pode ser colocado exatamente no plano do acaso, afinal, as pressões, interdições e expulsões nos campos, onde as pessoas proviam sua subsistência, têm papel decisivo no processo de urbanização. Entre outros fatores como dotações materiais, produção, mão de obra e mercado, o urbano se realiza por firmes regras de comportamento, também muito conhecidas por civilidade. Dispensando os pomposos termos acadêmicos, miramos a realidade para pensar o quanto a moldura dos comportamentos é constitutiva do espaço urbano. No Rio de Janeiro, por exemplo, a prefeitura atua com uma secretaria de ordem pública (SEOP), um orgão regulador e fiscalizador da ordem econômica, das posturas municipais e da regulamentação do uso do espaço púb