Narciso, o espelho e a esfinge
Nós estamos reféns do adágio “ver para crer”. Nunca no mundo houve uma difusão tão intensa de imagens. Não damos importância a algo que não esteja registrado em imagens. Se não há imagens, é como se não existisse. Ou seja, algo ganha existência social a partir do momento que sua imagem passa a circular. É interessante refletir um pouco sobre a questão da imagem, fixa ou em movimento. Os primeiros estudos sobre a câmera escura não seriam eficientes para prever o seu desenvolvimento e popularização no futuro. Da câmera escura para as potentes câmeras digitais da atualidade há um salto promovido por tecnologias óticas no apuro das lentes, e digitais na diversificação e potencialização de recursos. Porém, o fim último é o mesmo: cristalizar uma imagem. O cinetoscópio e as projeções dos irmãos Lumiere não conseguiriam dar conta do fascínio e êxtase provocado pelas imagens seqüências que pela velocidade nos proporcionam a hipnotizante sensação de movimento. Como se a ilusão do movimento não ...