Ressuscitando e Revisitando

Sumida? EU? Não, apenas uns contratempos. Em verdade estou como todo e qualquer ser no ritmo desenfreado do neoliberalismo, abraçando o mundo com as pernas. Enfim, nem sempre tenho tempo para dedicar a esse blogger e aos meus supostos três ou quatro leitores.
Tomara que minha ausência não tenha sido motivo suficiente para decretar a extinção desse espaço.
Enfim, reavivando o blogger, hoje eu estava lendo freneticamente vários textos e acabei tendo que revisitar uns conteúdos da época da faculdade, em cadernos. Escusado dizer que o caderno de uma criatura como eu, quando existe, é mais recheado de desenhos e recados do que efetivamente de conteúdos das disciplinas. E foi assim que encontrei meu tesouro para um domingo.
Me deliciei lendo bilhetes e recados dos amigos. Revivi as aulas através dos comentários, desenhos, rabiscos, e até encontrei escritos de ordem muito pessoal, como uma carta para a minha afilhada, e uma poesia.
Foi interessante ler tudo e fazer aquela catarse, pensar o que foi e refletir sobre o que está sendo a vida. Por essa perspectiva é que encontrei ânimo em dividir uma poesia com vocês. Não é nada formal ou melancólico demais, muito embora eu me lembre bem da dor que senti quando escrevi, e convém dizer que se aproximava com a dor que eu estava sentindo hoje. A poesia tem um quê de expurgo, porém é mais interessante pela exaltação dos sentimentos numa era de imediatismos, flexibilidades e avanços tecnológicos, com uma leve irreverência. O que em verdade quero dizer é que não é boa, mas pertinente de tão banal, pois aposto que já aconteceu, está acontecendo ou acontecerá com você. Vejamos a poesia, sem título ou data exata:

A separação não dói
Não demora
Duro é o processo
Tão longo que não se vê progresso
Complexo a ter sucesso

Convence meu corpo
A não ter mais seu encosto
Convence meu sábado
A não esperar seu atraso

Faz meu celular não cantar com seu nome
Não vibrar com sua ligação
Não perder bateria por tão longa duração

Quem guia minhas pernas
Pra não rumar pro teu caminho?

Nesse processo truncado
Nem sempre dou pra ficar sozinha
E quando dou sou mais só

E quando finda o dia
Balanço o que podia ter feito
Não estivesse desfeito
Não estivesse desfeita

Comentários

Cris Medeiros disse…
A separação não dói
Não demora
Duro é o processo
Tão longo que não se vê progresso
Complexo a ter sucesso


Adorei isso, é bem a cara de uma separação.. rs

Beijocas
isabeau disse…
A separação dói.
Dura em execesso
Finda o processo
De amar e ser feliz
Se eu conseguir chegar ao
Final do dia
Sem uma lágrima no canto do olho,
É porque te vi partir.
Lomyne disse…
Bela poesia, moça, deu saudades de escrever as minhas... Quem sabe dia desses tomo coragem e vou mexer naquela gaveta enorme...

Quanto ao sumiço, sempre me pego pensando que funciona assim: quando a vida nos exige, corremos para ludo e largamos as casas online; mas assim que dá pra respirar a gente volta correndo...
Cau Bartholo disse…
E ai Pitty, tudo bem
???
saudade...
eu tbm ando em falta no blog, falta de postagem mais cotidianas, mais frequentes...sempre que começo a escrever expulso dores que sei de onde vem.
Que louco heheh.

passei, beijei e vazei.
Lu Ribeiro disse…
amei a poesia, parabéns!!! tô aí pra ler sempre pq vc manda muito bem...bjão

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