Croácia, um destino certo
É simplesmente impossível um brasileiro não se encantar pela
Croácia. Do que nos identifica, a matriz católica e a diversidade da extensão
territorial. Do que nos distingue, um histórico recente de guerra.
Não é honesto definir a Croácia como um país cujas atrações são
as praias. Claro que a orla é magistral, mas se distanciando da orla o encanto fica
por conta de densas florestas, vilarejos, vales e montanhas. Enfim, as
paisagens naturais são um desbunde, com destaque para os parques com vegetação
e lagos com cores invulgares, incríveis.
E mesmo com paisagens suspirantes, o inesquecível é a
população. Refratários como os europeus, a um mero convite para a interação se
abrem bem ao estilo dos brasileiros, aptos a ajudar no que for, como for, mesmo
ainda que não entendam uma só palavra do que você diz. Na primeira vez que
presenciei essa presteza, acreditei ser um caso excepcional. Conforme me
deparei com outras dificuldades, percebi que era uma constante. Em conversa com
uma croata comentei algo sobre a cordialidade das pessoas. Ela me explicou que as
pessoas de fato são legais, mas como o país está em crise, não há empregos, e que
muitos passam por dificuldades, a população percebe o turismo de modo positivo,
como fonte de renda, gerando oportunidades. E por isso se sentem mais
estimulados a tratarem bem os turistas. Faz todo sentido!
Sobre a arquitetura, a diversidade é grande, com algumas
estruturas medievais, instalações rústicas e até design moderno, variando de
acordo com as cidades e áreas dentro delas. Mas um traço triste em comum às
estruturas das cidades são os buracos de balas, à exceção da capital Zagreb,
por motivos simbólicos óbvios. Tentei saber algo a respeito, mas vos adianto
que sobre o assunto guerra vale o adágio de que na casa do enforcado não se
fala em corda. O caso é o de
"investir" em museus e monumentos para captar uma perspectiva
histórica mais pomposa que penosa.
O clima da Croácia varia bastante conforme o lugar e a época
do ano. O sol brilha com força na orla, mesmo quando não está calor, e o frio é
intenso chegando a nevar em alguns meses do ano nas montanhas. Então os
estabelecimentos e as casas são equipados tanto com aparelhos de ar
condicionado quanto com aquecedores.
E o mais destoante de tudo é a questão do tempo, no ritmo das
cidades, perceptível sobretudo pelo trânsito. Saí do aeroporto com um carro
alugado e achei muito esquisito o fato do carro ter pouquíssima potência, não
desenvolvia por nada, mesmo sendo novo. Mas logo percebi que os carros trafegam
em uma velocidade média de 45km/h, o que para os padrões brasileiros é
emperrado, beirando o desespero. Mas logo nos acostumamos, afinal, com tantas
rótulas e cruzamentos, de outro modo seria inviável. E nos parece risível
entrar numa auto estrada em que a velocidade máxima é de 80Km/h, quando muito
90Km/h. Mas numa rota para Zagreb, para minha surpresa, peguei uma auto estrada
que permitia 130km/h, e achei quase perigoso.
Para quem curte ir às compras, as cidades mantém um comércio
bem básico, nada animador. Mas em Zagreb o consumo respira mais aliviado, em um
enorme comércio de rua na região central, próximo a prédios públicos, igrejas e
monumentos. E um enorme shopping center, novidade, na rodovia para se chegar na
cidade.
A alimentação, parte boa e importante de uma viagem, é fácil
e farta. Nada nos causa grande estranheza, nem carnes, nem frutas, nem legumes
ou frutos do mar. O tempero é bem suave, especialmente se comparado ao
avinagrado e apimentado da Alemanha. É grande a variedade de pães, embora não
sejam os melhores da Europa, e as pizza são sempre ótimas. Como sobremesa, é
fácil perceber que são adeptos dos sorvetes.
Para fechar o post, colocando a cereja no bolo, dois
argumentos para vos convencer de que a Croácia é um excelente destino. O
primeiro até parece mentira, mas você pode circular por qualquer lugar, o
horário que for, e não há perigo. As pessoas são honestas (pode perder ou
esquecer coisas que serão guardadas), tudo é tranquilo, não há brigas,
gritarias ou algo que possa causar desconforto. E o último, irrefutável, é o custo X benefício. O dinheiro rende que é
uma alegria, não tem como se arrepender! Em casa eu gastaria mais ... partiu Croácia?
Comentários
Me senti até constrangida ao perceber que somos tão neuróticos com violência no Rio de Janeiro/ Brasil. Por aqui,tudo tão seguro e calmo...e o melhor, não vemos quase polícia!
Sem contar que o nosso dinheiro vale o dobro do dinheiro deles, o que é maravilhoso para o bolso!rs